Saber diferenciar etapas e atuar com visão macro são chaves para sucesso no processo inovativo
Gestão tecnológica, de P&D e da inovação são termos correlatos? Etapas distintas de um processo único? “A cultura de inovação ainda é recente no Brasil, por isso muitas empresas ainda têm dúvidas nessa conceituação”, afirma Lívia Fioravanti, coordenadora de projetos que possui especialização em gestão da inovação na Alemanha.
Gestão Tecnológica
No início da cadeia de inovação, é fundamental traçar uma estratégia tecnológica que será assumida pela corporação, levando em conta, primordialmente, seus próprios objetivos empresariais.
A estratégia tecnológica irá descrever como a empresa deve trabalhar as questões que envolvem tecnologias para obter vantagens competitivas. Já a gestão tecnológica é o processo de integração da ciência, engenharia e estratégia com pesquisa, desenvolvimento e produção, buscando atingir os objetivos de negócio da empresa de forma eficaz, eficiente e econômica. “É com essa definição em mente que a empresa partirá em busca de novos processos e produtos”, explica Lívia.
Para isso, algumas atividades devem ser consideradas:
Busca (através de constante monitoramento) por tecnologias relevantes para a empresa e o seu negócio;
Classificação e avaliação das tecnologias pertinentes, de acordo com sua importância estratégica, ciclo de vida, atratividade para o mercado (de baixo, médio e longo prazo) etc;
Domínio de tecnologias com alta significância estratégica;
Definição dos caminhos de P&D e processos inovadores: desenvolvimento interno ou aquisição de know how externo, obtenção de recursos, estabelecimentos de parcerias etc;
Planejamento das atividades de P&D, levando em conta as competências internas necessárias e seus objetivos estratégicos.
Gestão de P&D e Gestão da Inovação
Definido o portfolio e o planejamento de trabalho, entra em cena a Gestão de P&D. É nessa etapa que são adquiridos, armazenados e protegidos novos conhecimentos e o know how tecnológico. Ou seja, são realizadas as pesquisas, o desenvolvimento e a proteção das ideias e soluções pensadas inicialmente para se obter o novo produto ou processo. “Sobretudo nessa fase, e ao longo de todo o processo de inovação, é muito importante que a empresa desenvolva ferramentas para avaliação e controle, através de indicadores de processos e riscos. Assim, por meio de um aprendizado contínuo, é possível definir novos rumos para o projeto e evitar a recorrência de erros”, alerta Lívia.
Finalmente temos a Gestão de Inovação, que engloba, além da gestão de P&D, a implementação do novo produto ou processo na linha de produção da empresa e, posteriormente, a introdução dessa solução no mercado.
Brockhoff (1997) sugere que a interface entre gestão tecnológica e de inovação é a gestão de P&D.
Apesar da gestão de P&D permear tanto a gestão tecnológica quanto a de inovação, um dos fatores para o sucesso do projeto é compreender bem os conceitos e definições de cada fase, com seus respectivos limites. “São etapas que se entrelaçam e fazem parte uma da outra, mas cada uma se caracteriza por atividades distintas”, conceitua Lívia.
Segundo a coordenadora de projetos da Inventta, o grande risco que as corporações correm quando não conseguem vislumbrar um panorama macro do processo inovativo é concentrar esforços em apenas um dos pontos da cadeia. “O que as empresas devem sempre ter em mente é trabalhar uma visão global. Se a companhia atua muito na ponta do processo, por exemplo, há o risco de o início não estar bem estruturado, prejudicando a obtenção dos resultados esperados”.
Gestão integrada
Para que essa gestão aconteça de forma integrada, alguns fatores podem contribuir. Montar uma equipe multidisciplinar dentro da empresa é um deles. Esse grupo, formado por profissionais de diferentes áreas e hierarquias, deve estar bem alinhado com a estratégia empresarial e tecnológica adotada pela empresa e pensar no processo de inovação como um todo.
As empresas devem trabalhar com uma visão global. Se a companhia atua muito na ponta do processo, por exemplo, há o risco de o início não estar bem estruturado, prejudicando a obtenção dos resultados esperados.”
Lívia Fioravanti, coordenadora de projetos. Sua tarefa seria responder as perguntas relacionadas a como ser mais eficaz (O que vamos fazer? Quais tecnologias vamos adotar? Quais são as necessidades / demandas de nossos clientes? E quais são as soluções?) e a como ser mais eficiente (Como vamos fazer / desenvolver? Como vamos implementar? Temos as competência e recursos necessários? Se não, como podemos obtê-los?).
O diálogo constante com centros de pesquisa também possui papel fundamental. “As ICTs são grandes geradoras de conhecimento no país. O estabelecimento de parcerias público-privadas permite que vários processos sejam catalisados”, pontua a Lívia. Um terceiro aspecto relevante é que as empresas se abram para um modelo mais colaborativo para a geração de novas ideias, envolvendo clientes, fornecedores e parceiros (privados ou públicos) em seu processo inovativo.
Como funciona na sua empresa?
O sucesso da implementação de processos inovadores em uma empresa depende da integração da gestão tecnológica, de P&D e da inovação. Na sua empresa, quais são as melhores práticas utilizadas e as dificuldades encontradas para executar essa gestão?
Fonte: Radar Inovação
Núcleo de Inovação Tecnológica - Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais FIEMG - Regional Vale do Paranaíba
Consultoras de Inovação: Kelly e Ana Paula
Contatos: (34) 3230-5200 E-mail: nit01@cintap.com.br
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segunda-feira, 8 de agosto de 2011
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